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Como a cirurgia plástica afeta a autoestima

Como a cirurgia plástica afeta a autoestima

Por: - Cirurgião Plástico - CRM/SC 16966 | RQE 11481
Publicado em 25/08/2017 - Atualizado 07/02/2019

É comum ouvir de pacientes que a baixa autoestima é seu maior (quando não o único) motivo para fazer uma cirurgia plástica. É indiscutível que esse tipo de procedimento traz benefícios para a autoimagem – o que, por sua vez, é extremamente importante para a saúde. Mas como a cirurgia plástica afeta a autoestima realmente?

Pessoas com uma melhor visão de si mesmas conseguem lidar mais satisfatoriamente com uma série de problemas, já que esse sentimento causa uma espécie de blindagem no cérebro. Isso afasta condições como a depressão e o isolamento social e até ajuda na recuperação de doenças.

É bom ressaltar que alguns procedimentos, inclusive, são realizados, inclusive, quase que exclusivamente, com a finalidade de elevar a autoestima e melhorar a forma como as pessoas veem a si mesmas, facilitando sua (re)integração social. Bons exemplos são as operações de reconstrução mamária e de correção do lábio leporino.

No entanto, às vezes, o argumento da baixa autoestima pode estar mascarando o desejo inconsciente de adequar-se a uma imagem padrão, imposta a nós pela sociedade. Essa é uma questão bastante subjetiva e delicada. Por isso, é meu dever, como médico, investigar o que trouxe determinada pessoa ao meu consultório e entender suas motivações e expectativas antes de recomendar a cirurgia plástica como solução para seu problema.

É preciso lembrar, também, que toda operação possui riscos, e, por isso, não é recomendável realizá-la quando a insatisfação se resumir a um detalhe. Geralmente, o momento certo de buscar esse tipo de procedimento é quando o problema na aparência incomoda de tal forma que o paciente altera seu comportamento e seus hábitos para evitar a exposição.

Entenda como a cirurgia plástica afeta a autoestima – para o bem e para o mal

Toda mudança na imagem corporal é, na verdade, uma transformação psicológica de alto impacto, pois traz consigo um sentimento de reparação e compensação.

Uma cirurgia plástica pode proporcionar a descoberta da força que a confiança em si mesmo possui e do efeito disso em nossas relações. Isso, a princípio, é algo extremamente positivo. Porém, também pode ser uma armadilha.

Há muitas variáveis psicológicas que escapam ao nosso controle e que acompanham o processo de transformação de imagem. A maioria delas está relacionada ao poder, ao deslumbramento e à vaidade excessiva. Isso pode levar a uma série de situações inconscientes das quais é difícil fugir.

Após a cirurgia plástica, muitas pessoas passam a se preocupar mais com a aparência e com a saúde, cuidando da alimentação e fazendo exercícios físicos, por exemplo. Essa mudança completa é o que faz com que fiquem mais bonitas, e esse é o melhor resultado que um procedimento desse tipo pode proporcionar.

No entanto, é comum, também, os pacientes passarem da baixa autoestima para a supervalorização da própria imagem, o que pode acabar sendo perigoso.

No fim das contas, é importante que a pessoa entenda que a transformação física, geralmente, é a mais sutil das mudanças que uma cirurgia plástica possibilita. Por esse motivo, ela deve ser feita de forma consciente.

O corpo é uma das ferramentas que usamos para nos relacionar com o mundo, mas ele não representa totalmente quem somos. Entender como a cirurgia plástica afeta a autoestima é o primeiro passo antes de tomar qualquer decisão.

Abraço,

Dr. Gustavo Morellato
Cirurgião plástico
CRM/SC 16966 | RQE 11481

Material escrito por:
Cirurgião Plástico - CRM/SC 16966 | RQE 11481

Formado em medicina pela UFRGS, o Dr. Gustavo Morellato realizou sua especialização em cirurgia geral no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e em cirurgia plástica pelo Hospital Universitário UFSC. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).  Ver Lattes

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